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Ferramenta Essencial

ao Bem-Estar Animal

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Animais de Fazenda

Newberry (1995) definiu o enriquecimento ambiental como uma modificação no ambiente dos animais em cativeiro, aumentando assim as possibilidades comportamentais e levando a melhorias da função biológica.

Isso significa que os objetivos do enriquecimento são: aumentar a ocorrência de comportamentos normais ou específicos da espécie; impedir o desenvolvimento de comportamentos anormais ou reduzir sua incidência e complexidade; aumentar a exploração positiva do ambiente e aumentar capacidade do animal em lidar com desafios comportamentais e fisiológicos.

Com este pensamento é importante ressaltar que o enriquecimento ambiental deve ser direcionado a espécie, e em alguns casos específicos, a categoria animal trabalhada.

O enriquecimento ambiental é fundamental aos animais de fazenda, visto que um dos maiores problemas encontrados atualmente para o atendimento de padrões elevados de bem-estar são os ambientes pobres, nos quais os animais não têm estímulos ou condições ambientais para exibirem comportamentos naturais da espécie.

Além da melhoria na possibilidade de expressão de comportamentos naturais, o enriquecimento ambiental proporciona melhorias em vários outros aspectos relacionados a saúde dos animais de fazenda.

As melhorias são espécies-específicas, mas envolvem a saúde cardiorrespiratória, saúde dos membros, diminuição de lesões por interações negativas entre eles e melhorias na reprodução.

A maioria das linhagens de frangos comerciais são de crescimento acelerado e juntamente com a imaturidade óssea, são os fatores fundamentais para definir os enriquecimentos. Os poleiros no formato de plataforma são os recursos que obtiveram melhores resultados até agora, pois a plataforma permite que os animais tenham maior estabilidade que nos poleiros circulares. Outro tipo de enriquecimento muito utilizado são os fardos de feno ou sacos contendo maravalha, que servem para bicar, se empoleirar e cavar túneis. Os objetos para bicar também são importantes e devem ser digeríveis.

Para galinhas poedeiras o uso de enriquecimento ambiental é mais frequente em criações livres de gaiola, até mesmo porque nestas condições os animais possuem maior possibilidade de usar o enriquecimento. Os poleiros são fundamentais às poedeiras e devem ser cilíndricos para que elas possam se agarrar, com diâmetros entre 2 a 9 centímetros com os quais os animais podem variar a pegada e reduzir problemas de pés e pernas. Nos galpões de poedeiras podem ser utilizados também os fardos de feno e os sacos de maravalha, assim como objetos para bicar.

Os suínos são muito inteligentes, possuem uma alta capacidade de aprendizado e sentidos bem desenvolvidos.

Uma característica dessa espécie é que eles enjoam rapidamente dos enriquecimentos, por isso é fundamental revezarmos os recursos.

Essa espécie é onívora e sob condições naturais, passam grande parte do seu tempo explorando o ambiente à procura de alimentos.

Para o forrageamento utiliza-se a palha, que além de permitir fuçar é digerível e acessível, tornando um dos principais recursos de enriquecimento.

No Brasil, devido a construção do sistema de dejetos da granja, não é possível usá-la como cama, mas em racks onde os animais podem interagir e deglutir a palha.

Pode-se também utilizar uma grande variedade de brinquedos, tais como, bolas recheadas de alimento, bolas sólidas, canos de PVC, ou seja, tudo que o animal possa rolar e fuçar. Cordas de sisal também são muito utilizadas pois permitem a deglutição e interação dos animais.

Aos bovinos de corte e de leite, os enriquecimentos mais eficientes estão relacionados ao comportamento de se coçar. Atualmente contamos com diversas opções de escovões comerciais disponíveis no mercado, inclusive automatizadas. Mais comumente utiliza-se estruturas cilíndricas de madeira enroladas com cordas de sisal ou qualquer outro recurso que permita esse comportamento natural da espécie.

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Paola Rueda

Zootecnista formada pela UFMS. Mestre em Ciência Animal pela UFMS. Doutora em Zootecnia pela UNESP. Especialista em comportamento e bem-estar de animais de fazenda. Possui trabalhos científicos e capítulos de livros publicados na área. Integra a Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-SP. Atualmente trabalha com bem-estar e comportamento de aves, suínos e bovinos na criação e abate.