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Ferramenta Essencial

ao Bem-Estar Animal

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Cães

Os cães estão presentes em mais de 40% dos lares brasileiros. Muitos fazem parte da família. Oferecemos alimentação de qualidade, damos banhos, levamos ao veterinário e cuidamos de sua saúde. Todavia, um detalhe de suma importância vem sendo deixado de lado: o comportamento natural dos cães. Muitos dos hábitos, tidos como inadequados dentro de casa, devem ser estimulados de forma focada. Morder, destruir, arranhar, cheirar, urinar, latir, rosnar e até morder são comportamentos naturais da espécie.

Quando o tutor busca conviver com um cão, ele deseja que seu cachorro seja comportado e obediente, que não roa os móveis e só faça xixi e cocô no lugar certo. Para distrair o cão, são oferecidos brinquedos. Todavia, nem sempre são os mais adequados ou pode não haver interesse.

Oferecer uma estrutura básica aos cães geralmente não é problema. A questão é não conhecer e fornecer a ele condições necessárias para que ele possa exercer seus comportamentos naturais, como roer, forragear (encontrar/caçar o alimento) e se comunicar como espécie, principalmente através do olfato, audição e visão.

O enriquecimento ambiental é uma das estratégias para propiciar a expressão de comportamentos naturais. Um conceito, inicialmente criado para animais silvestres em cativeiro, foi extrapolado para o ambiente domiciliar. O princípio é o mesmo: a execução de comportamentos naturais de forma controlada e focada.

Normalmente, os problemas comportamentais ou desvios de comportamentos acontecem por ausência dos enriquecimentos ambientais. Para atender suas necessidades comportamentais básicas, mesmo sem os recursos e atividades apropriadas, o cão procurará pela casa recursos que possam suprir suas necessidades. Ele pode usar os móveis ou um calçado, por exemplo, para exercer o comportamento natural de roer.

Oferecer somente um brinquedo todos os dias não é considerado um enriquecimento ambiental adequado. Algumas regras devem ser seguidas:

  1. Oferecer algo que seja novidade. Para tanto, deve-se repetir o mesmo estímulo/dispositivo no máximo uma vez na semana;

  2. Ser desafiador. Se o acesso ou a solução daquele dispositivo for fácil demais para um determinado cão, deixa de ser uma atividade de enriquecimento;

  3. Haver opção. Oferecer algo e “obrigar” o cão a interagir com um dado objeto não é o ideal. O animal deve optar por brincar o explorar aquele recurso, para ser considerado um enriquecimento ambiental de qualidade;

  4. Ter objetivo. Dar um brinquedo simplesmente por dar, ou somente por considerarmos “fofo”, não é enriquecimento ambiental. Deve-se traçar um objetivo ou comportamento a ser alcançado, ao oferecer um determinado dispositivo;

  5. Ser possível de solucionar e não gerar frustração. Se o desafio for muito difícil e o animal perder o interesse, deixa de ser uma atividade adequada;

  6. Atender suas necessidades físicas, sensoriais, sociais, alimentares e cognitivas.

Enriquecimento ambiental não é somente colocar petisco dentro de uma garrafa pet. Devemos compreender as necessidades específicas da espécie, seus interesses e dificuldades. O planejamento semanal de atividades e dispositivos a serem oferecidos deve ser muito bem estudado e desenhado, para serem executados dentro e fora de casa. Passeios e sessões de adestramento também são ótimos exemplos de atividades de enriquecimento ambiental.

É possível através das atividades de enriquecimento ambiental evitar e minimizar desvios de comportamentos como latidos excessivos, lambedura de patas, destruição, ansiedade, etc. O excesso de atividades também pode ser um problema. Oferecer muita atividade ou recursos sem critérios e cuidados pode gerar ou aumentar o estresse do animal. Outro fator a ser levado em consideração é a constância. É de extrema importância oferecer atividades e brinquedos para aumentar o bem-estar dos cães e melhorar a comunicação com seu tutor.

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Luiza Cervenka

Bióloga formada pela UFRN. Mestre em Psicobiologia pela UFRN. Doutoranda em Medicina Veterinária pela FMVZ-USP. Pós-graduação em Jornalismo pelo SENAC. Especialista em comportamento e bem-estar de cães. Atualmente presta consultorias comportamentais e mentorias profissionais. Ministra cursos, palestras e conteúdos em diversos canais de comunicação desde 2009.

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